Como liderar em tempos de incerteza
O que você vai ler aqui:
- Adaptação das lideranças para transformação digital
- Centralidade no cliente e nas suas necessidades
- Como estamos atravessando o (novo) novo mundo
No atual momento do mercado, um dos principais desafios para as companhias, além de acelerar seus processos de transformação digital que já estavam em curso, é a adaptação rápida de suas lideranças. Isso porque não se trata apenas de assimilar novos processos e adotar novas práticas de gestão, mas de, verdadeiramente, mudar o modelo mental - antes, direcionado ao comando e à centralização - para outro radicalmente oposto, ligado à colaboração e horizontalidade.
Em recente podcast sobre lideranças no novo mundo, nosso CEO, Cesar Gon, conversou com nosso CSO, Bob Wolheim, sobre o tema. Cesar contou os passos da desconstrução e reinvenção bem-sucedida das lideranças da CI&T. De seguir a cartilha tradicional do comando e controle, passaram a atuar no modelo fortemente baseado na cooperação e na construção conjunta, sob o qual a companhia está solidamente fundamentada há mais de uma década.
Com uma história de 25 anos, a companhia começou a adotar práticas Ágeis e princípios da filosofia de gestão Lean a partir de 2006. Cesar conta que, enquanto os times autônomos estavam trazendo excelentes resultados, a liderança estava desconectada, aportando pouco para o resultado final. Por vezes, inclusive, atrapalhando com modelos mentais inadequados e anacrônicos.
Cesar Gon, CEO
Com uma articulação das metodologias ágeis, uma forte base Lean e princípios do Design, o Lean Digital tem, entre seus pilares, a reconstrução do sistema de gestão e a preparação de lideranças voltadas completamente para a colaboração, a agilidade, a construção da inteligência coletiva, a experimentação e o aprendizado contínuo em busca de soluções velozes e efetivas para as reais dores dos consumidores. Sai a lógica corporativa do foco no produto e serviço, entra a real centralidade no cliente e nas suas necessidades.
Por ter esse conhecimento solidificado ao longo do tempo, a habilidade da adaptação rápida e a mudança veloz de rumos estabelecida, estamos atravessando esse novo (novo) mundo com certa tranquilidade e apoiando grandes empresas que são nossos clientes a fazerem o mesmo.
As diretrizes são ter abertura a experimentar, aprender sempre, melhorar continuamente e perceber e atender às oportunidades que surgem a todo o momento no novo ambiente de negócios. Para isso, a transformação das lideranças é um passo fundamental.
Mas como é possível para as companhias promoverem uma mudança que vai além do estilo profissional e acaba por abarcar características pessoais de líderes? Neste texto, apresentamos algumas das respostas de Cesar Gon para essa pergunta, disponíveis no podcast (ouça neste link), além de insights e caminhos para que as empresas consigam vencer o desafio, preparar suas pessoas e acelerar a transformação digital.
A liderança ultrapassada
"A grande dificuldade para que líderes do século XX funcionem no século digital é a desconstrução. Estamos falando das grandes carreiras executivas do século XX, formadas por chefes muito bons em controlar, que sabem muito de um segmento, de um setor de uma indústria, e a capacidade de cometer poucos erros exatamente por esse conhecimento. Essas três características fizeram as grandes carreiras do século XX."
Cesar Gon
A nova liderança
"No século digital, você está buscando não controladores, mas líderes que conseguem traduzir propósito para as equipes, criar senso comum de propósito. Você não quer o sabe tudo, você quer alguém que ajuda a inteligência coletiva a acontecer. Você não quer alguém que tenha as respostas para tudo, e sim alguém que ajuda mergulhando nas perguntas de uma forma colaborativa, que ajuda os times a ter hipóteses mais agudas e criativas de solução. Você não quer o cara que não erra, na verdade, você quer o cara que vai ajudar a criar a cultura do erro, do aprendizado, a cultura da experimentação. Isso já era um desafio, uma lacuna de tradução do modelo de liderança não trivial. E aí, vem a pandemia e acelera muito a transformação de valores e comportamentos da sociedade, e você tem esse processo intensificado."
"Você precisa, nesse momento, de líderes empáticos, que tenham clareza de propósito, ação decisiva, corajosos e com muita paixão. A paixão é um elemento que conecta as pessoas no momento em que está todo mundo refletindo um pouco sobre qual é o nosso propósito como cidadão, como empresa e como sociedade."
"Outro ponto é sobre a humildade, a humildade que vai gerar a peça final no ambiente, de respeito ao outro, de aprendizado. Um ambiente onde você se coloca como parte, como alguém que está enfrentando o desconhecido."
"Isso é um desafio que já não era simples, se torna complicado. Ele saiu do quadrante do importante e foi para quadrante do urgente. Não vai dar tempo se essa tradução de modelos de liderança não acontecer de maneira muito clara a partir de agora."
Cesar Gon
O primeiro passo
"Os líderes das grandes companhias, em geral, vão perdendo características de empreendedores. Você passa a ter executivos mais 'run' do que 'disrupt'. Então, o primeiro passo é vestir a roupa do empreendedorismo, que tem a ver com coragem, com ação decisiva, com tomar risco com a humildade de não ter respostas mesmo, de ser mais experimental. Porque não é para acertar tudo, é para achar caminhos. E é isso que vai acelerar as empresas, que vai salvá-las de uma velocidade insuficiente que certamente já não garante mais sucesso nesse mundo pós-crise, nesse mundo pós-pandemia."
Cesar Gon
Para ouvir a entrevista completa e aprender mais sobre liderança e os melhores caminhos para a transformação digital de sua companhia, acesse o nosso podcast.